Duas coisas conduzem as a\u00e7\u00f5es humanas: necessidades<\/i><\/strong> – comida, sono, evitar a dor; e recompensas<\/i><\/strong>. Qualquer objeto, evento ou atividade pode ser uma recompensa se nos motivar, nos levar a aprender ou provocar sentimentos prazerosos. Mas como nossos c\u00e9rebros calculam o valor de uma recompensa e como isso \u00e9 traduzido em a\u00e7\u00e3o? A resposta est\u00e1 no circuito cerebral conhecido como “sistema de recompensa”.<\/p>\n

H\u00e1 neur\u00f4nios nas diferentes regi\u00f5es do c\u00e9rebro que compreendem o sistema de recompensa se comunicam usando dopamina: Por exemplo, neur\u00f4nios produtores de dopamina na \u00e1rea cerebral tegmentar se comunicam com aqueles em uma regi\u00e3o chamada nucleus accumbens para processar recompensas e motivar o comportamento. Neur\u00f4nios que liberam dopamina s\u00e3o ativados quando esperamos receber uma recompensa.<\/p>\n

Ent\u00e3o \u00e9 a hora de voc\u00ea come\u00e7ar a pensar nas recompensas que sua empresa oferece tanto aos clientes quanto aos funcion\u00e1rios, seja ela uma bonifica\u00e7\u00e3o por montante de compras ou uma gincana interna de vendas, esses eventos ajudam na motiva\u00e7\u00e3o, principalmente nesta \u00e9poca de redes sociais.<\/p>\n

Vamos adentrar e conhecer as causas positivas dessas a\u00e7\u00f5es motivacionais. A dopamina melhora as mem\u00f3rias relacionadas \u00e0 recompensa. Fortalece as sinapses – as jun\u00e7\u00f5es onde os neur\u00f4nios passam mensagens – no centro de aprendizado e mem\u00f3ria do c\u00e9rebro, o hipocampo. A sinaliza\u00e7\u00e3o da dopamina em \u00e1reas do c\u00e9rebro que processam emo\u00e7\u00f5es – a am\u00edgdala – e regi\u00f5es envolvidas no planejamento e no racioc\u00ednio – o c\u00f3rtex pr\u00e9-frontal – tamb\u00e9m cria associa\u00e7\u00f5es emocionais com recompensas.<\/p>\n

N\u00e3o \u00e9 a recompensa em si, mas a expectativa de uma recompensa que influencie mais poderosamente as rea\u00e7\u00f5es emocionais e as mem\u00f3rias. O aprendizado de recompensa ocorre quando experimentamos algo inesperado – quando a recompensa real difere do que, de outra forma, poder\u00edamos prever. Se uma recompensa \u00e9 maior que a antecipada, a sinaliza\u00e7\u00e3o da dopamina aumenta. Se uma recompensa \u00e9 menor que o esperado, a sinaliza\u00e7\u00e3o da dopamina diminui. Em contraste, prever corretamente uma recompensa n\u00e3o altera a sinaliza\u00e7\u00e3o da dopamina porque n\u00e3o estamos aprendendo nada de novo.<\/p>\n

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As regi\u00f5es do c\u00e9rebro que compreendem o “sistema de recompensa” usam o neurotransmissor dopamina para se comunicar. Neur\u00f3nios produtores de dopamina na \u00e1rea tegmentar ventral (VTA) comunicam com os neur\u00f3nios do nucleus accumbens de modo a avaliar e motivar-nos a obt\u00ea-los.<\/p><\/div>\n
Respostas de dopamina variam de pessoa para pessoa. C\u00e9rebros de algumas pessoas respondem mais fortemente a recompensas do que puni\u00e7\u00f5es, enquanto outros respondem mais fortemente a puni\u00e7\u00f5es. O aprendizado de recompensa e a motiva\u00e7\u00e3o s\u00e3o fortemente influenciados pela am\u00edgdala. Pesquisadores da Universidade de Vanderbilt descobriram que os “empreendedores” que est\u00e3o mais dispostos a trabalhar t\u00eam maior sinaliza\u00e7\u00e3o de dopamina no estriado e no c\u00f3rtex pr\u00e9-frontal – duas \u00e1reas conhecidas por impactarem a motiva\u00e7\u00e3o e a recompensa.<\/p>\n
A tomada de decis\u00f5es geralmente envolve a avalia\u00e7\u00e3o de riscos al\u00e9m das recompensas. Os neurocientistas est\u00e3o investigando como o c\u00e9rebro equilibra recompensa e risco, e como o estado emocional afeta esse equil\u00edbrio. Mudan\u00e7as de decis\u00e3o emocionalmente centradas com a idade – possivelmente por causa do c\u00f3rtex pr\u00e9-frontal lateral, respons\u00e1vel pela auto regula\u00e7\u00e3o, amadurecem gradualmente. Os adolescentes podem se envolver em comportamentos mais arriscados porque seus c\u00e9rebros ainda est\u00e3o amadurecendo e s\u00e3o altamente sens\u00edveis a serem aceitos por seus colegas. Os adultos mais velhos tamb\u00e9m podem tomar decis\u00f5es mais arriscadas, pois a fun\u00e7\u00e3o do c\u00f3rtex pr\u00e9-frontal diminui com a idade.<\/p>\n
O sistema de recompensa do c\u00e9rebro refor\u00e7a comportamentos associados a recompensas e evita comportamentos que levam \u00e0 puni\u00e7\u00e3o. Mas esse sistema pode dar errado em alguns dist\u00farbios psiqui\u00e1tricos. Por exemplo, a habenula lateral<\/em>, um n\u00f3 importante no circuito de recompensa do c\u00e9rebro, parece codificar a puni\u00e7\u00e3o inibindo a libera\u00e7\u00e3o de dopamina. Transtornos que envolvem agress\u00e3o inapropriada t\u00eam sido relacionados \u00e0 disfun\u00e7\u00e3o nessa \u00e1rea do c\u00e9rebro. Al\u00e9m disso, estimular algumas \u00e1reas da am\u00edgdala pode desencadear raiva e agress\u00e3o, enquanto a remo\u00e7\u00e3o de partes espec\u00edficas da am\u00edgdala tornar\u00e1 os animais de laborat\u00f3rio mais d\u00f3ceis. Estudos recentes em animais de laborat\u00f3rio tamb\u00e9m sugerem que a agress\u00e3o pode resultar da ativa\u00e7\u00e3o do sistema de recompensa do c\u00e9rebro em resposta a est\u00edmulos sociais violentos.<\/p>\n
Este artigo foi adaptado da 8\u00aa edi\u00e7\u00e3o da Brain Facts.<\/p>\n
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